28 de setembro de 2010

Sem Sentido.

Abateste-te novamente sobre mim. A tua ausência, a tua distância, tudo o que nos separa voltou hoje a assombrar-me.
Lembrei-me de ti. Desenhei pela milésima vez os traços indefinidos do teu rosto. Esse rosto que me persegue, que me chama e que nunca conheci.
Não foste tu a vir ter comigo. Não podias. Conheces tanto de mim como eu de ti: nada.
Incrivelmente, foi o vestígio de vazio que te persegue e te disfarça que me encontrou.
É dele a culpa. Da saudade que não tenho. Da felicidade que ainda está por conseguir. Da peça que teima em faltar no meio de tantas outras que já tentaram preencher este lugar.
Mas não. Ele é teu. Só. E espera por ti.
Até voltares para mim, até te poder ver, sentir, tocar, tens a imagem dos meus sonhos. Tens os traços da minha imaginação. Varias com o meu humor. Vais por tempo indeterminado e, quando eu menos espero, voltas. Normalmente nos desenhos de alguém que se aproxima de ti, que tenta ocupar o teu espaço e que, inevitavelmente, acaba por partir porque não se aproxima da pessoa que és.
Quero que voltes. Quero que me procures, que me encontres, que venhas ter comigo.
Quero sentir que estou inteira, que a tua sombra é agora real e que segue colada aos teus passos, tão próximos, tão reais, tão seguros.
Quando puderes, quando achares que mereço, por favor vem. E prende-te a mim, que já tantas vezes me deixei prender para nada.
Sei que existes. Sei que estás aí. Sei que um dia vais ser meu.

6 de setembro de 2010

Cartas Para Julieta


“Dear Claire
What and if are two words as none threatening as words can be.
But put them together, side by side, and they have the power to haunt you for the rest of your life.
What If...? What if...? What If...?
I don´t know how your story ended but if what you felt then was true love, then it’s never too late.
If it was true then, why wouldn’t it be true now? You need only the courage to follow your heart.
I don’t know what a love like Juliet’s feels like. Love to leave the loved ones for, love to cross the oceans for.
But I would like to believe, if I ever would feel it, that I will have the courage to seize it.
And Claire, if you didn’t, I hope one day that you will.

                                                                                                                  All my love, Juliet.”

3 de setembro de 2010

"Shhhh, está tudo bem!..."

Parece tudo calmo...
Finalmente, fecho os olhos, inspiro... E puxo para mim o ar que me cerca. 
Sim, é verdade. Está tudo no sítio certo.
Sigo em frente. De olhos fechados... afinal, da última vez que confirmei, o caminho estava livre.
Tropeço. Em ti. 
Não é a primeira vez. Já nos tinhamos cruzado. 
Mas desta vez, talvez porque quando está tudo calmo, a mais pequena agitação se torna no mais notório abalo.
Sorrio. "Vai ser diferente. Apesar de tudo, vai correr bem". 
Não corre.
E antes que haja tempo para correr mal (enquanto nos ficamos pelo não correr bem), afasto-me de ti sem pensar duas vezes ou olhar para trás.
Incrivelmente, nesse instante, volta a mim a sensação de alívio.
Mas eu sei que é mais uma marca. 
Sei que passa, mas que, ao mesmo tempo, fica. Vai ficando...
Mas não há nada a fazer para além disto.
E eu, que ultimamente era duas, A Que Sente e A Que Pensa, deixo-me novamente unir. Ganha A Que Pensa. Sabe que A Que Sente também vai ficar melhor assim. 
Afinal, foi só um susto. Calma, já passou...