30 de junho de 2010

Só uma questão de hábito.


Vivo de promessas... De que vou mudar. De que vou manter um perímetro de segurança, não me vou expor tanto, não me vou ligar tanto.
Vivo disso, e da sensação que, ao faze-lo, não estou a ser eu. Que o meu impulso é deixar-me ir, esperar de mais, ver de mais e apressar tudo.
Acabo perdida. Entre não fazer o que quero, ter que esperar e chatear-me comigo por querer tudo agora, perco-me.
No fim, fica sempre aquela sensação de vazio. De que, mais uma vez perdi e que acabo sozinha. Que não sei o que é melhor, se realmente compensa porque, afinal de contas, acabo igual e a sensação é exactamente a mesma. A solidão assusta-me. Muito.
Mas pronto... Inspira, expira, não morre. Continuo à espera que isto seja só uma questão de tempo até me habituar. Até que não tenha que forçar. Que seja parte de mim afastar-me das pessoas e não me ligar tanto..

19 de junho de 2010

Vício

Hoje dei-me ao trabalho de ler alguns dos meus posts antigos. Dei por mim a rir-me... Um dos meus objectivos com o blog era comentar assuntos actuais, fazer aquilo que muitos blogs fazem de escrever uma critica, um comentário,qualquer coisa relacionada com a sociedade, a política, o ambiente, escolham...
Reparei que só consigo escrever basicamente, pessoas. Centro-me nos meus amigos, na minha família, nas colónias, na faculdade, qualquer coisa. Mas centro-me em pessoas.
Sou capaz de passar horas a observa-las, a imaginar a vida delas, a tentar lê-las, percebe-las, conhece-las.
Sou viciada em gente, é assustador! 

18 de junho de 2010

Fim





É a última vez que digo isto. Mas contigo, ali, devia estar eu. E sabes que mais? A escolha era mesmo tua.

15 de junho de 2010

Bem-vindo.


Vieste. Voltaste. Bastou-te uma palavra. E um abraço. Que me fez recuar um ano e alguns meses. Me fez ver finalmente em ti o Meu João.
E, Meu Deus, como eu sentia falta disso!

14 de junho de 2010

Falha




Não estou habituada a falhar. Embora ultimamente tenha sido uma constante, não estou habituada, ainda. E, pior de tudo, não estou habituada a lidar com o facto de ter falhado, a levantar a cabeça e seguir em frente.
Agora, é o melhor que posso fazer.E vou ter que arranjar motivação algures para que não me habitue à sensação de não ter conseguido.

13 de junho de 2010

Fica.

Sempre achei que as coisas valiam a pena enquanto eram mútuas. Nas relações, embora existam fases em que é um que puxa por outro, tudo isso vale a pena enquanto nos damos ao trabalho de sair do nosso micro-ecossistema, daquele perímetro de segurança que nos fecha em nós mesmos. Sim, a chave é darmo-nos ao trabalho. De perceber, de ouvir, de justificar, de melhorar.
Estás demasiado centrado em ti para perceberes que estou prestes a virar-te costas. E nem sequer é por achar que andas demasiado centrado em ti próprio. Ou por saber que és tão mais do que isso. Se te virar costas, se não vieres a tempo, é porque não te apercebeste dos meus "acenos" ou nem te deste ao trabalho de ligar, mesmo sabendo que eu acenava furtivamente e te tentava abrir os olhos. Orgulho-me de ser uma segurança na tua vida, de saber que contas comigo e de ter a certeza que és a primeira pessoa para quem corro porque, em dois segundos, sinto-me em casa. Mas não vou estar aqui a troco de nada, tendo a certeza de que, se não dás mais é porque achas que não vale a pena o trabalho. Não adianta retaliar, discutir, tentar atenuar as coisas porque no fim vou estar aqui... Preciso de mais.
Não te bati palmas? desculpa... és mais. És muito mais.
E preferia mil vezes que não tivesses metade do sucesso se isso significasse ver em ti quem eu sei que és. Aquela pessoa que, por uma razão estupida que desconheço, teimas em esconder e achas que isso te torna melhor. Quando o que te torna tão parte de mim é exactamente quem ultimamente não tens sido.

12 de junho de 2010

Eterna Rotina



Foram de horas, as discussões sobre este assunto.
A rotina, um assunto aparentemente básico e sem grande tema para reflexão, deu asas a longas conversas que se prolongaram nos anos em que diariamente falavamos.
Tu, apologista de mudanças e de grandes momentos, responsáveis pela diferença entre os dias. Eu limitava-me a aceitar a realidade (assim como a rotina) e esforçava-me por encontrar nos pequenos pormenores alguma coisa que distinguisse o passar do tempo.
Mantenho a minha opinião... valorizo o constante, preciso daquilo que é seguro e que me faz acordar e pensar "não é tudo perfeito, mas podia estar bem pior."... Aliás, o meu esforço por encontrar nos detalhes os momentos especiais deixou de ser esforço e passou a ser intrinseco. É parte de mim dar valor ao que é pequeno e ver nisso razão suficiente para me distinguir os dias. Peço desculpa, mas por muito chato que seja ter um destino pré-definido sempre que acordo de manhã, fazer sempre os mesmos gestos rotineiros e acabar sempre o dia da mesma maneira, isso é a base. Sem isso, andamos aos empurrões, a palpar caminho, a cortar mato todos os dias.
Resta-nos valorizar o que nos rodeia. Ver as pequenas conversas, aquelas que nos denunciam, as pessoas que surpreendentemente se cruzam connosco e nos dão uma luz diferente, os olhares, os bons momentos de riso e de cumplicidade. Sabes o que aprendi? A observar pessoas. A valorizar o sorriso das pessoas. Olhar para elas e atingir que é tudo uma questão de prespectiva. E que aquilo que nos marca não tem que ser feito de grandes acontecimentos. É discreto, é pequeno... mas faz a diferença. Basta estarmos dispostos a vê-lo.