8 de novembro de 2009

Dozá





Nós éramos o mundo. Juntos, todos, não havia nada que não conseguíssemos fazer. Foram organizações de festas de Natal, foram organizações da viagem de finalistas, foram palestras, foram festas, foram momentos. Éramos inabaláveis e, até certo ponto, auto suficientes. Não éramos perfeitos, mas conseguiamos resolver os nossos problemas. E a cada passo, tornamo-nos mais. Mais unidos, mais fortes, mais confiantes uns nos outros. Vimos em nós mais do que um grupo de amigos. Chegamos a considerar-nos família. Refúgio. Porto seguro. E todos tínhamos a certeza que, independentemente do que acontecesse, nós estávamos lá.
De repente, chega a novidade. A mesma que nos fazia passar horas na conversa, a "salivar" pelo futuro tão próximo, que nos punha as lágrimas nos olhos de uma saudade que ainda não havia (e que era incomparavelmente menor do que a que temos hoje). Aquela que nos fez prometer mundos e fundos e "para sempres" e "vou estar sempre do teu lado".
Essa novidade mudou tudo. Essa novidade quebrou algumas das promessas feitas. A novidade que antes nos aproximava, agora tende a afastar-nos.
É isto que agora exige de nós uma adaptação. É isto que exige um esforço redobrado tanto para estarmos juntos como para termos paciência quando não conseguimos arranjar tempo. É isso que vai ter que nos fazer dar a volta por cima, mais uma vez.
Porque nós tínhamos um mundo à nossa frente, mas tínhamos a segurança para o enfrentar. E é agora, quando a novidade já não é tão "nova" que sentimos falta da segurança, da certeza e do abrigo que éramos. Porque agora, há dias em que, se olharmos para todo o lado, a maioria não vai ver ninguém em quem possa confiar. Porque é muito, muito difícil construir num mês aquilo que só chegou ao fim de três anos (mas garanto-vs que não é impossível).
Cada vez mais tenho a noção de que nós, Dozá, éramos uma excepção à regra. E, por muito que custe, teve um tempo e um lugar, mas acabou.

No entanto, orgulho-me da falta que me fazem. Porque só me diz que o que vivemos, foi vivido a sério. Aproveitado ao máximo. E não podíamos ter feito melhor.
O que nos resta? Para além da memória e da saudade, resta-nos a certeza de que algumas pessoas ficam para a vida. Só é preciso tempo, disponibilidade e vontade.

1 comentário:

Licas disse...

Era tudo tão mais fácil quando estavamos todos juntos!

Mas como disseste, pelo menos ficou o orgulho do que fomos e a certeza de que somos algo ímpar, único.