1 de novembro de 2009

Dia 1


Hoje, mais do que nos outros dias, estiveste presente. Porque o dia, que está agora a acabar, ainda é para mim exclusivamente teu.
Não fui ver-te onde toda a gente te procurava.
Não precisei de uma presença física do que restava de ti para me sentir mais próxima, mais envolvida em tudo aquilo que és.
Bastou-me fechar os olhos para te ver.
Bastou-me pensar em ti para sentir o teu toque, ainda tão presente na minha memória.
A mim, basta-me viver para saber que estás lá, que segues cada passo meu, que estás em cada momento, que me recebes e que manténs a mesma expressão de amor incondicional quando olhas para qualquer um de nós.
Hoje, falei de ti (como falo muitas vezes).
E contínuo a encarar-te com a mesma naturalidade, lido com a tua presença como se, fisicamente, estivesses à minha espera sempre que chego a casa.
Ainda oiço os teus passos arrastados, a tua voz grave, vejo o teu olhar observador, muito mais transparente do que querias.
Estás aqui, connosco, comigo... Nesta casa que é para sempre tua, neste lugar que é, para sempre, o prolongamento da memória de tudo o que foste. De tudo o que, indiscutivelmente, ainda és.

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