29 de outubro de 2009

Alívio*


Há dias em que a correria se torna insuportável. Em que a única vontade é parar, respirar fundo e por momentos não ter que pensar em nada, planificar nada, organizar coisa nenhuma.
Nesses dias a solução é esconder a cabeça numa capa preta e obrigar alguém a perder doze autocarros.






Não há maneira de te agradecer aquilo que em tão pouco tempo te tornaste. E é impossível explicá-lo.
Tu sabes, eu sei... e isso chega perfeitamente.

1 comentário:

Ana disse...

Espero pelo autocarro todos os dias naquele sítio. É um local banal, confuso, feio até. Nunca pensei que aquele banco desconfortável, entre o barulho e o fumo que satura o ar, pudesse ser um refúgio nosso durante uma hora inteira, em que vimos passar sucessivos autocarros e não apanhámos nenhum.

Ontem, não me preocupei com as horas, não me preocupei com quem poderia passar. Ontem, voltei as costas ao mundo e foquei-me só em ti.

Já me refugiei muitas vezes na minha capa, já limpei com ela muitas lágrimas (sim, porque afinal eu também choro...). Mas nos últimos dias, ela não tem servido só para mim. Tem servido para ti também. E aquilo em que não deverias tocar, o traje que distingue uma caloira de uma doutora, o preto que nos devia separar, une-nos cada vez mais... E a minha capa vai estar sempre traçada, pronta para parares e respirares, pronta para te esconderes quando tudo à tua volta for demais para enfrentares sozinha...

E ninguém entende isto, mas basta-me que seja mútuo... afilhada =)