30 de junho de 2009

[meus] Pequenos Pormenores.


É tão simples como abrir os olhos... e dar-me oportunidade de olhar.
E em cada um deles vejo passados difíceis, presentes turbulentos e futuros encobertos.
E cada história (que nunca é muito longa) é desmoralizante, tira-nos qualquer credibilidade de que podemos fazer a diferença, a esperança de que podemos mudar alguma coisa.
São todos tão pequenos e já viveram tanto... enfrentam sozinhos o desamparo de uma vida que constantemente lhes vira as costas e, quando alguém lhes abre a porta, lhes estende a mão, respondem com desconfiança, e desdém, e violência.
O passo seguinte é deixar de olhar. Atrevermo-nos a ir mais longe e atravessar barreiras (impostas muitas vezes por eles). Arriscarmo-nos a avançar preconceitos e ver.
E aí reparamos que, em cada expressão fechada, há um sorriso desafiador, lê-se um "atreve-te a conhecer-me", vemos um olhar de confiança, que apenas precisa da oportunidade certa de brilhar.
Em cada história desesperante vemos a oportunidade de um futuro, a possibilidade de escolha, a folha em branco que, afinal, ainda é o amanhã.
E em cada um deles, que supostamente cresceu demasiado rápido, vemos a infantilidade, a inocência, a carência de uma criança que precisa de uma oportunidade de mudar.

Cada olhar, cada expressão, cada palavra de cada um deles me faz ver que vale realmente a pena. Os dias desesperantes em que acho que não vamos mudar nada, a certeza de que as raízes vão levar sempre a melhor, a sensação de que tudo o que fazemos lhes passa ao lado, tudo isso vale a pena quando vemos que afinal, eles estao diferentes, quando reconhecemos no mais ligeiro traço um esgar de felicidade e de prespectiva.
Com eles, os grandes gestos, as grandes mudanças são imperceptiveis. É preciso tempo, paciência... É preciso ver os mais pequenos pormenores.

1 comentário:

Licas disse...

Adoro o texto :)
e a foto encaixa-se perfeitamente :D