Era um misto de sentimento de culpa, de saudade, de pena...
Percebi que nem toda a gente pode ficar. Que apenas alguns têm a sorte (ou o azar) de se manterem na minha vida de uma maneira constante. Não por terem mais valor, ou porque, em algum momento me marcaram mais. Ficam porque podem... Porque, por alguma razão, o caminho que fazemos tende a cruzar-se e a manter-nos próximos.
E vi que todas as pessoas que marcam não perdem importância pela distância ou pelo tempo. Ficam gravadas na nossa história, marcadas a ferro e fogo, tatuam-nos a vida e cunham a memória. Tornam-se indiscutivelmente parte de nós por tudo o que deram, por tudo o que mudaram, por tudo o que viveram connosco.
É o bom de não vivermos isolados... Há sempre alguém que nos diz mais, alguém que passa pelas coisas connosco, alguém a quem associar uma música, um lugar, uma palavra.
São esses que não partem... Os que nos dão um bocadinho de si, que partilham o pormenor mais pequeno, que deixam um sinal da sua passagem e que se atrevem a deixar-se marcar.