6 de dezembro de 2009

Apatia

Hoje, chorei não pelo que sentia.
Não chorei por ver a minha história escrita numa protagonista que não era eu, ou por ver reflectidas as minhas emoções numa personagem com a qual me identificava.
Hoje, chorei pela ausência de sentimento. Por já não saber o que é sofrer ou amar... Chorei pela falta de emoção. De empatia. De história. Chorei porque li e vi quem eu era, não quem eu sou. Porque não me revi numa palavra, numa expressão, numa única situação.
E se houve alturas (que parecem tão distantes) em que os meus dias eram pautados pela transição entre sentimentos opostos, entre uma depressão assustadora ou uma felicidade arrebatadora, hoje não há nada que os distinga, que os diferencie.



É esta constante apatia, a falta de sentimento, de emoção, de vida. O estado estático da minha vida enquanto à volta tudo corre, tudo cresce, tudo muda.
É a certeza de eu não ser, não querer ser, apenas uma estátua no meio da multidão. Certa, constante, mas inevitavelmente parada.

1 comentário:

Licas disse...

leste os meus pensamentos?