25 de julho de 2009

Despedida


Ontem, a despedir-me, disseram : "Adeus, Cata. Boas férias e felicidades!". Eu limitei-me a continuar a andar e a sorrir, não sei se pela sensação de gozo que aquela frase me deu (por ter vindo de quem veio) ou se pela sensação de irrealidade que uma despedida ainda desperta em mim.
O que é certo é que essa pessoa veio atrás de mim e disse: "não, estou a falar a sério. desejo-te mesmo as melhores felicidades". E aí, não fui capaz de retribuir. Não porque nao desejasse o melhor para ela ou por continuar a achar que estava a ser gozada. Mas, naquele momento (e agora), aquela expressão pareceu-me demasiado definitiva. E arrepiou-me a certeza que tinha de que, aos poucos, pessoas que faziam parte do meu dia-a-dia foram inevitavelmente desaparecendo. É estranho aperceber-me de que tudo agora caminha para nos afastar. Que não houve tempo para conhecer, para explorar, para perceber muita gente que me rodeava. Sei que vai ser sempre assim. Sei que, por muito que queira, vai ser impossível conhecer (no verdadeiro sentido da palavra) toda a gente. E sei que apenas isso me permite conhecer a fundo a meia dúzia que me marca e é obrigatoriamente uma presença constante.
No entanto, isso não descarta a sensação de perda numa despedida.
Não afasta a minha aversão ao "desejo-te as melhores felicidades", mesmo que saiba que é sincero.
Não deixa de me impedir de dizer o "obrigada, igualmente" que é tanto cliché como verdadeiro.
Por isso, a cada despedida, torna-se impossível não reviver cada momento e desejar que a memória perdure já que a presença não o faz.

1 comentário:

Licas disse...

Sinceramente? estou com a lagrima no canto do olho e com aquele aperto no estomago que me diz que tens razão e que nem se quer devo pensar nisso. :'x

é a vida, eu sei. Mas Nós temos mesmo que ser como a vida manda? Gostava tanto que fossemos uma excepção à regra!